Conversa com o ex-meia ocorreu antes da definição pelo treinador português. Informação foi confirmada com exclusividade pela reportagem.
Antes de anunciar António Oliveira como novo técnico, o Sport Recife teve uma conversa direta com Alex, ex-jogador e ídolo de clubes como Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe. A informação foi apurada com exclusividade pela reportagem da Orb Sports. O contato não se deu em formato de entrevista formal. A conversa foi conduzida diretamente pelo presidente do clube, Yuri Romão, que ouviu o ex-meia e chegou a considerar seriamente seu nome para o comando técnico da equipe.
Internamente, parte da diretoria via com bons olhos a possível chegada de Alex, elogiando sua leitura moderna de futebol, postura firme e capacidade de liderança. No entanto, a direção acabou construindo o argumento — considerado raso por quem acompanhou os bastidores — de que seria uma aposta arriscada, principalmente pela pouca experiência do ex-jogador como treinador profissional.
A idade de Alex (48 anos) também teria pesado como fator de insegurança. Para parte da cúpula, faltava “rodagem” em competições de alto nível, ignorando o potencial do ex-camisa 10 como um técnico fora da curva.
No fim das contas, o Sport preferiu a segurança: fechou com António Oliveira, treinador com passagens recentes por clubes brasileiros. A decisão expôs mais uma vez o medo crônico de inovação no futebol brasileiro.
“Criaram uma justificativa rasa para não apostar. Queriam inovação, mas recuaram quando ela bateu à porta”, revelou uma fonte próxima da negociação.
Santos e Cruzeiro também sondaram Alex
A movimentação do Sport não foi um caso isolado. Outros clubes da elite brasileira também fizeram sondagens a Alex nos últimos meses. Segundo apurou o Orb Sports, Cruzeiro e Santos também sondaram o treinador recentemente.
Antes da chegada do português Leonardo Jardim, a diretoria do Cruzeiro citou Alex em reuniões. O CEO da Raposa, Alexandre Mattos, apoiava a contratação do ex-meia, mas a cúpula celeste o venceu na votação.
No Santos, Alex esteve ainda mais próximo de assumir o comando técnico. Ele participou de conversas preliminares e a diretoria chegou a tratá-lo como o nome ideal para um novo ciclo. Mas, nos bastidores, uma força inesperada falou mais alto: Neymar. O camisa 10 da Seleção Brasileira opinou diretamente na escolha do novo técnico e sugeriu o nome de Cléber Xavier, ex-auxiliar de Tite. A sugestão pesou e acabou sendo acatada pela diretoria santista.
Aposta ou oportunidade desperdiçada do Sport?
Mesmo sem ter fechado com nenhum clube até agora, Alex tem ganhado força nos bastidores do futebol brasileiro. Além da visibilidade que mantém nas redes sociais — onde soma quase 4 milhões de seguidores —, sua maneira de pensar o jogo atrai olhares atentos de dirigentes, jornalistas e ex-jogadores.
A conversa com o Sport foi mais um passo nesse processo silencioso, mas crescente, que pode levá-lo em breve ao comando de um clube da Série A.
A dúvida que fica é: até quando os clubes vão tratar nomes como o de Alex como “apostas” e não como oportunidades de inovação real?
O futebol brasileiro está mesmo disposto a se reinventar ou vai seguir girando entre os mesmos nomes, com medo de sair da cartilha? A resposta pode estar no próximo clube que tiver ousadia suficiente para dar o primeiro passo.
Geovanna Thomaz 
Tity Marx