O Brasil lutou até o fim, mas o sonho do título Mundial Feminino de Vôlei foi adiado mais uma vez. Na manhã deste sábado (6), em Bangcoc, a Seleção de José Roberto Guimarães caiu diante da Itália por 3 sets a 2, em uma semifinal marcada por reviravoltas, com parciais de 22/25, 25/22, 28/30, 25/22 e 15/13.
A capitã Gabi foi o destaque individual, com 29 pontos, sendo a maior pontuadora da partida. Rosamaria contribuiu com 20 e manteve o Brasil competitivo durante toda a semifinal. Do outro lado, Antropova brilhou com 28 pontos, Sylla anotou 21 e Egonu, que havia começado discreta, cresceu nos sets finais e foi decisiva no tie-break. Julia Kudiess voltou a brilhar no bloqueio, anotando nove pontos nesse fundamento.

Números equilibrados
A estatística traduz o drama em quadra. O Brasil foi superior no bloqueio, 22 a 15, mas o ataque terminou empatado em 69 pontos para cada lado. A diferença esteve nos detalhes, com mais erros do lado brasileiro em momentos decisivos, que a Itália, atual campeã olímpica, soube capitalizar.
O jogo
Primeiro set
O Brasil começou com ritmo acelerado, embalado pelos gritos de “Brasil, Brasil” vindos das arquibancadas tailandesas. Gabi foi decisiva desde os primeiros pontos, virando bolas em sequência. Rosamaria também apareceu bem, ampliando a vantagem. O bloqueio verde e amarelo conseguiu neutralizar Egonu, e a Itália sofreu ainda mais quando a levantadora Orro torceu o tornozelo e deixou a quadra, alterando o rumo da parcial. Seguras, as brasileiras mantiveram o controle até fechar em 25 a 22.
Segundo set
A reação italiana veio rápida. Com Orro de volta e mais equilíbrio na recepção, a equipe europeia corrigiu os erros da estreia e passou a explorar espaços na defesa brasileira. Sylla brilhou pelas pontas e Antropova mostrou força no ataque. A Seleção Brasileiraainda reagiu com bloqueios de Julia Bergmann e ataques de Gabi, empatando a parcial em alguns momentos. Mas os erros voltaram a pesar: foram dez pontos cedidos, contra seis das italianas. Nos momentos finais, a Itália aproveitou as falhas e empatou o jogo com 25 a 22.
Terceiro set
O set mais vibrante da partida foi também o mais dramático. A Itália começou na frente, mas Kudiess ergueu um paredão no bloqueio, trazendo o Brasil de volta. Julia Bergmann virou bolas importantes e Gabi segurou o time nos momentos de pressão. Do outro lado, Antropova comandava as ações ofensivas, acumulando pontos em sequência. O equilíbrio levou a parcial além do 25º ponto, com ralis longos e torcida em pé nas arquibancadas. No fim, a consistência defensiva brasileira e o bloqueio fizeram diferença: 30 a 28 e 2 a 1 no placar geral.

Quarto set
Quando parecia que o Brasil poderia encaminhar a classificação, a Itália reagiu com força. Antropova manteve a agressividade e Egonu, até então discreta, começou a decidir. O Brasil ainda abriu vantagem no início, mas perdeu intensidade e viu as rivais crescerem. Sylla manteve a virada de bola em dia, aproveitando as brechas deixadas pela defesa brasileira. O equilíbrio permaneceu até o fim, mas nos pontos finais Egonu fez a diferença, deixando 25 a 22 para a Itália, levando a decisão para o tie-break.
Tie-break
O set decisivo foi um retrato da tensão que marcou toda a semifinal. O Brasil largou melhor, com Gabi e Rosamaria chamando o jogo. O bloqueio funcionou em momentos-chave e a Seleção chegou a ficar à frente. Só que a recepção vacilou, e a Itália não desperdiçou a oportunidade. Egonu, acionada com frequência, virou bolas pesadas e mostrou toda a sua experiência nos pontos finais. No detalhe, a Itália fechou em 15 a 13, avançando à final e deixando o Brasil fora da briga pelo ouro.
Bronze em jogo
Sem a vaga na decisão, o Brasil volta à quadra neste domingo (7), às 5h30 (horário de Brasília), para enfrentar o Japão na disputa pela medalha de bronze. Na sequência, às 9h30, Itália e Turquia se enfrentam na final do Mundial de Vôlei Feminino.