Mesmo com uma jogadora a menos, seleção alemã segura pressão, empata no tempo normal e decide nos detalhes
Elas já tinham se encontrado na última Euro Feminina e, de novo, a Alemanha foi quem sorriu no fim. Neste sábado (19), no St. Jakob-Park, em Basileia, a história se repetiu. Em um clássico que teve pênalti no início, expulsão, empate com uma a menos, defesa salvadora na prorrogação e drama nas penalidades, a Nationalelf eliminou a França e voltou à semifinal da Euro 2025.
Não foi a atuação mais brilhante da equipe alemã. Longe disso. Mas foi uma daquelas noites em que a camisa pesou, e o coração, mais ainda. Com Berger como heroína sob o travessão, a octacampeã mostrou, mais uma vez, que em mata-mata são elas que costumam decidir nos momentos grandes.
A França, por sua vez, viveu mais uma noite de frustração na Euro. Teve vantagem no placar, uma jogadora a mais durante boa parte do jogo e chances claras para resolver. Mas, mais uma vez, esbarrou naquilo que a persegue há anos: sua dificuldade histórica em decisões. E, nos pênaltis, os velhos fantasmas voltaram a rondar.
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Expulsão infantil e bola parada sendo decisiva
Dona de um dos melhores ataques do torneio, a França começou tomando a iniciativa, tentando explorar, em velocidade, os espaços deixados pela Nationalelf. No entanto, as alemãs não esperavam atrás: disputavam todas as bolas, mostravam força física para conter as adversárias e, ainda assim, chegavam ao ataque.
A estratégia estava indo bem até que tudo foi por água abaixo quando Hendrich puxou o cabelo de Mbock Bathy dentro da área. A árbitra Tess Olofsson reviu o lance no VAR, aplicou o vermelho e assinalou pênalti. Aos 15′, Les Bleus aproveitaram o erro juvenil da experiente zagueira. Geyoro cobrou no meio, a goleira Berger até chegou a defender, mas viu a bola morrer dentro do gol. A sorte, cúmplice do momento, sorriu para a jogadora do PSG, que se tornou a maior artilheira da seleção francesa na Euro, com cinco tentos marcados.

A Alemanha seguia sentindo o calor dos avanços das rivais, mas, de certa forma, tentava equilibrar a desvantagem numérica e foi valente ao buscar o ataque, tentando aproveitar os momentos de bola parada. Tanto que conseguiu igualar após escanteio cobrado por Bühl. Nüsken desviou na primeira trave, sem dar chances para Peyraud-Magnin.
E curiosamente o jogo ficou mais complicado para a França, que seguia dominando, mas pouco produzia no terço final. As comandadas de Laurent Bonadei, quando tiveram paciência para encontrar espaços, conseguiram chegar com sucesso ao ataque. Karchaoui deu belo passe em profundidade para Cascarino, que, mesmo cercada por três, deixou para Katoto acelerar com Geyoro. A camisa 8 cruzou para a própria Cascarino emendar de letra, mas a assistente já havia marcado impedimento.

Alemanha perde chance de ouro
A Alemanha apostava nas bolas longas para tentar surpreender a boa marcação francesa, mas acabou se descuidando nos passes, cedendo contra-ataques e vendo as Les Bleus aproveitarem a vantagem numérica. Cascarino avançou com liberdade, teve a opção do passe, mas puxou para dentro e bateu firme. Berger salvou em dois tempos.
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O prejuízo foi evitado por um impedimento. Logo na sequência, Katoto mergulhou e a goleira salvou em grande defesa. Lakrar, que estava em posição irregular, atrapalhou Berger, e Geyoro tentou aproveitar para marcar o seu segundo. No entanto, o VAR interveio e a árbitra acabou anulando o tento.
A França insistia, enquanto as alemãs tentavam explorar os espaços na velocidade e tiveram a chance de ouro. Brand disputou com Bacha na área e sofreu a falta. Pênalti. Nüsken cobrou à meia altura, e Peyraud-Magnin defendeu. O lance foi a faísca que incendiou ainda mais o jogo. Laurent Bonadei até mexeu no time, mas as Les Bleus ainda enfrentavam certa dificuldade para matar o jogo. Mérito também da Nationalelf, que conseguia conter as adversárias e encaminhar o duelo para a prorrogação.

Berger salva Alemanha na prorrogação e pênaltis
O panorama do jogo se manteve na prorrogação. Mas o fato de a Alemanha conseguir manter o ritmo, mesmo sem realizar nenhuma substituição, ao contrário da França, foi algo que chamou atenção. A primeira mudança só veio aos 98′, quando Lea Schüller entrou no lugar de Hoffmann. Dois minutos depois, quase um desastre: Minge desviou contra o próprio gol, e Berger, num reflexo impressionante, salvou com uma das mãos.
No segundo tempo, a Nationalelf manteve a valentia, fez marcação dupla e matou as jogadas com faltas técnicas, mas pouco conseguia criar. Por sua vez, as Les Bleus pressionaram, mas o cansaço começou a pesar. As decisões se tornaram apressadas, e a mentalidade passou a ser uma questão, quando o travessão impediu o francês, após bom chute de Malard.
O equilíbrio permaneceu nas cobranças de pênaltis, que foram até as alternadas. Karchaoui, Malard, Baltimore, Oriane Jean-François e Ndongala converteram para a França. Já Minge, Dallmann, Knaak, a goleira Berger, Bühl e Nüsken confirmaram a classificação da octacampeã Alemanha. Berger ainda defendeu duas cobranças.