junho 18, 2025

Benfica arranca empate heróico em jogo insano do Mundial de Clubes

Foto: Divulgação / Boca Juniors

Argentinos dominaram o primeiro tempo, mas levaram o troco na raça

Não deu nem tempo de piscar e o Boca Juniors já estava com 2 a 0 no placar. Foi um primeiro tempo quase perfeito dos argentinos, com apoio em peso da torcida que praticamente “invadiu” Miami. Parecia um pedacinho da Bombonera no Hard Rock Stadium.

O primeiro gol foi uma pintura de jogada coletiva. Blanco, numa jogada à moda antiga, deu uma caneta em Florentino e cruzou na medida pro uruguaio Merentiel, ex-Palmeiras, abrir o placar. Em seguida, Battaglia ampliou com uma cabeçada firme, daquelas que não dá nem tempo do goleiro pensar.

Nesse momento, o Benfica parecia perdido. Time europeu demais, frio demais, sem entender onde tinha se metido.

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Benfica acorda e reage com sangue nos olhos

O jogo foi virando drama. Primeiro, Otamendi sofreu um pênalti. Di María, em sua última dança com a camisa encarnada, cobrou com categoria e recolocou o Benfica na partida ainda no primeiro tempo.

Ali o jogo mudou. O Boca, que tinha tudo para matar logo, começou a recuar. E o Benfica, mesmo perdendo o espanhol Ander Herrera expulso do banco por reclamar demais com o árbitro, foi ganhando corpo.

Na segunda etapa, a coisa esquentou de vez. Belotti, que entrou no intervalo, acertou Ayrton Costa com um chute imprudente e tomou vermelho direto. Benfica com um a menos.

Jogo vira batalha sul-americana com sotaque europeu

A partir dali, o que se viu foi o Benfica entendendo como se joga futebol do lado de cá do Atlântico. Entrou na catimba, na provocação, nos carrinhos. Parou de tentar ser refinado e foi na raça.

E deu certo. Aos 39 minutos do segundo tempo, escanteio batido por Kökçü e Otamendi, um argentino com alma de zagueiro raíz, subiu mais que todo mundo. Gol de empate e provocação para a torcida xeneize. 

O Boca ainda teve tempo de se complicar mais: Figal foi expulso por uma entrada dura em Florentino. Fim de jogo, 2 a 2 no placar e um clímax digno de Libertadores, não de Champions.

Situação no grupo C

O problema é que esse empate complicou a vida dos dois. O grupo C tem o Bayern de Munique como grande favorito e ele já fez o dever de casa com gosto: 10 a 0 sobre o Auckland City. Sim, DEZ.

Com isso, Boca e Benfica somam apenas um ponto cada e ficam obrigados a vencer na próxima rodada. Os portugueses vão encarar o frágil Auckland, o que é uma chance de ouro para fazer saldo. Já o Boca tem uma verdadeira final pela frente: pega o Bayern na sexta, às 22h, de novo em Miami.

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Benfica tira lição sul-americana e Boca dormiu no ponto

O Benfica, acostumado a um futebol mais limpo e tático, precisou colocar o coração na chuteira para não sair humilhado.

E isso diz muito. Mostra que, em torneios curtos como o Mundial, quem não se adapta rápido cai cedo. Foi uma aula de sobrevivência.

O Boca, por outro lado, teve tudo para vencer e deixou escapar. Se acomodou com a vantagem, abusou da catimba, perdeu a cabeça e agora vai ter que remar contra a maré.

Essa postura de se achar vencedor antes da hora é o tipo de erro que custa classificação. E, num grupo com Bayern e Benfica, não tem muito espaço para vacilo.

By Arthur Fernandes

Arthur trabalhou no Boca Raton FC quando a equipe da Flórida disputava a APSL e a NPSL. No Brasil, atuou no Torcedores e no Esportes News Mundo. Também trabalhou nas versões brasileira, americana e mexicana da VAVEL e, recentemente, trabalhou nos sites americanos da Fansided.

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