Craque do Inter Miami reencontra pela primeira vez o ex-clube que marcou sua passagem mais fria, em um duelo decisivo contra Luis Enrique, técnico com quem conquistou tudo no Barcelona
Lionel Messi vai enfrentar o Paris Saint-Germain pela primeira vez desde que deixou o clube francês. E o encontro não poderia acontecer em um palco mais simbólico. Nas oitavas de final do Mundial de Clubes da FIFA, neste domingo (29), no Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta. O camisa 10 do Inter Miami tem pela frente o time que nunca o entendeu de verdade. E para incrementar ainda mais o confronto, do outro lado da linha lateral, estará Luis Enrique, técnico que um dia foi seu comandante de conquistas no Barcelona.
Agora, esse reencontro acontece em um palco global. E embora não haja qualquer declaração de revanche ou mágoa, os olhos voltam naturalmente para o protagonista da história.
Uma relação fria e silenciosa

Messi deixou Paris em silêncio. Saiu com números sólidos, mas sem aplausos. A relação com o clube e a torcida foi marcada por desconfiança, expectativa frustrada e vaias. Em campo, ele entregou gols e assistências. Ao todo, foram 75 partidas com a camisa do PSG, com 32 gols e 35 assistências. Contudo, Fora de campo, nunca teve espaço para ser o símbolo que foi em Barcelona.
Sua saída, ao fim de 2023, foi discreta. No mesmo ano, levou uma suspensão por faltar a um treino e viajar à Arábia Saudita sem autorização, ficou claro que o desgaste pesava dos dois lados. Messi não renovou. E o PSG não insistiu.
A história entre o craque argentino e parisienses não teve final feliz. E quando um capítulo importante é reaberto numa fase decisiva de Mundial, é natural que o futebol pare para prestar atenção.
Quase dois anos depois, o reencontro aconteceu num torneio em que os dois clubes não estavam acostumados a dividir espaço. O Inter Miami participa pela primeira vez. O PSG voltou após tempos de frustrações. Mas agora chega embalado pela conquista da Champions League.
A fase do clube francês é diferente. O elenco mudou. O projeto também. Mas a presença de Messi do outro lado reativa memórias que, mesmo guardadas, não sumiram completamente. Ninguém fala abertamente sobre isso. Mas não há como ignorar o simbolismo.
Do outro lado, Luis Enrique

Luis Enrique conhece bem Messi. Trabalharam juntos no Barcelona durante três temporadas. Venceram tudo o que podiam vencer. E aprenderam a conviver mesmo quando não concordavam. Hoje, o espanhol comanda o PSG. E o destino, que adora cruzar caminhos improváveis, colocou diante de uma missão: vencer um time liderado por quem já decidiu tantas vezes sob seu comando.
O treinador parisiense sabe o que Messi pode fazer, mesmo aos 37 anos. Sabe como o camisa 10 pensa o jogo, como reage à marcação, como se posiciona em silêncio antes de resolver com um toque. Se existe alguém que entende o que vem pela frente, é ele.
Messi e companhia conhecem o PSG
Messi não é o único no Inter Miami com histórias para contar. Suárez, Busquets, Alba e Mascherano estavam com ele no Barcelona que marcou época. Muitos deles viveram a famosa virada por 6 a 1 sobre o PSG, em 2017. Luis Enrique era o técnico. O PSG era o adversário. O trauma ficou ali.
Hoje, as circunstâncias mudaram. Mas o reencontro entre esses nomes, mesmo em novos papéis, carrega ecos daquele jogo. O futebol não vive de passado, mas também não o esquece. E quando as peças se alinham, a memória volta com nitidez.