Maria Clara Pacheco coloca o Brasil de volta ao topo com título mundial no taekwondo

Atleta de 22 anos vence a coreana Yu-Jin Kim e repete o feito de Natália Falavigna em 2005

Foto: Divulgação/COB

O Brasil voltou ao topo do mundo no taekwondo. Vinte anos depois do título de Natália Falavigna, em 2005, Maria Clara Pacheco conquistou o ouro no Campeonato Mundial de Wuxi, na China, e confirmou o favoritismo na categoria até 57 kg. A brasileira venceu a sul-coreana Yu-Jin Kim por 2 a 0 na final, garantindo a segunda medalha dourada da história do país na competição.

A líder do ranking mundial chegou à decisão após eliminar a chinesa Luo Zongshi, atual campeã mundial, por 4 a 0. Na final, mostrou a mesma frieza e precisão que marcaram sua temporada perfeita. Aos 22 anos, Maria Clara encerra o ano com resultados impressionantes e o título mais importante da carreira.

“Eu acreditava de coração nesse resultado. Sabia que era um evento muito difícil, que eu teria que dar o meu melhor. Mas os resultados que eu tive esse ano e as lutas que fiz com as atletas que estavam aqui me deixaram confiante de que era possível ser campeã mundial. Só dependia da minha performance, da minha cabeça, de render o que treinei. E foi o que aconteceu”, afirmou Maria Clara.

Caminho até o ouro

Como cabeça de chave número um, a brasileira entrou direto nos 32 avos de final e dominou todas as etapas. Estreou com uma vitória tranquila sobre a portuguesa Leonor Correia, por duplo 13 a 0. Nas oitavas, superou a espanhola Laura Rodríguez Marquina por 2 a 1, depois de virar o placar com segurança. Nas quartas, venceu a norte-americana Faith Dillon por 2 a 0 (8×5 e 8×8) e, na semifinal, bateu a chinesa Zongshi Luo por 2 a 0 (4×2 e 10×3).

A decisão contra Kim repetiu a final do Grand Prix de Muju, também vencida pela brasileira em agosto. A vitória consolidou a liderança de Maria Clara no ranking mundial e olímpico da categoria até 57 kg.

Reconhecimento de uma lenda

Campeã mundial em 2005, Natália Falavigna acompanhou o título de perto como gestora esportiva do Comitê Olímpico do Brasil. Vinte anos depois, viu a história se repetir.

“Estou muito orgulhosa. Acredito que não só eu, mas todo o time brasileiro que estava aqui. Tenho certeza que o título está em excelentes pés”, disse Falavigna.

Ela destacou o amadurecimento técnico e a consistência da atleta ao longo da temporada:

“A Maria Clara foi muito consciente em todas as lutas, muito segura. Ela realmente despontou esse ano, ganhou tudo o que disputou. Mostrou um nível de performance muito acima das adversárias. É uma atleta excepcional, com um potencial imenso. Esse ouro é a coroação de um ano incrível”, completou.

O título mundial encerra uma sequência de resultados que já colocavam Maria Clara entre as principais lutadoras do circuito. Em 2025, ela venceu duas etapas do Grand Prix, em Charlotte (EUA) e Muju (Coreia do Sul), além da Universíade e da President’s Cup das Américas.

Antes, em 2023, havia conquistado o bronze no Mundial de Baku e, em 2024, chegou às quartas de final dos Jogos Olímpicos de Paris.