Com gols de Athenea e Claudia Pina em sequência, La Roja superou a pressão, perdeu dois pênaltis, mas enfim chegou à semifinal da Euro após 28 anos
Por ter marcado 14 gols na fase de grupos, muitos poderiam imaginar que a Espanha passaria com certa tranquilidade pela Suíça, anfitriã da Euro Feminina de 2025, no Stade de Suisse, em Berna. Mas não foi bem assim. La Nati conseguiu anular, durante boa parte da partida, as principais jogadoras das atuais campeãs mundiais: Alexia Putellas, Aitana, Patri e Esther González.
Talvez tudo tivesse sido diferente se o pênalti tivesse sido convertido nos minutos iniciais. Minutos… minutos. A Espanha tentou, tentou e tentou. Mas a classificação só veio em um intervalo de cinco minutos no segundo tempo.
A Suíça, que havia sido tão sólida na marcação, vacilou e sofreu dois gols. O primeiro, fruto da genialidade de Aitana, que deixou Athenea del Castillo livre para marcar. O segundo, resultado de uma desatenção defensiva, e Claudia Pina não perdoou — o gol que confirmou a classificação e colocou fim à maldição. Com o placar de 2 a 0, La Roja avançou às semifinais da Euro. Um feito que não acontecia desde 1997.
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Pênalti perdido, trave amiga e uma defesa atenta
Velha conhecida dos brasileiros, Pia Sundhage mudou a estratégia para o duelo do mata-mata. Em vez de manter uma linha com cinco defensoras, a treinadora sueca optou por formar uma linha de quatro e adicionar mais uma jogadora ao meio-campo, tentando dificultar a troca de passes das adversárias.
As donas da casa até conseguiam proteger sua área, mas uma falha quase colocou tudo a perder. Riesen tentou desarmar Mariona, que driblou a zagueira e acabou sofrendo falta dentro da área: pênalti. A própria camisa 8 foi para a cobrança, mas exagerou na dose e mandou a bola à direita do gol. Mérito também da goleira Livia Peng, que esperou até o último instante.
Com dificuldades para articular pelo meio, La Roja girava a bola, tentando construir as jogadas pelas laterais. No entanto, as espanholas só levaram perigo real em uma cobrança de falta. Claudia Pina bateu da ponta esquerda, tirando da barreira com precisão, mas Peng apareceu bem para espalmar. A Suíça, por sua vez, buscava explorar os espaços deixados pela marcação, especialmente pelo setor esquerdo, tentando encontrar caminhos até o ataque.
Paciência era o dilema da Espanha, que dominava a posse com 75%. Ainda assim, faltava criatividade para furar a marcação. Suas principais estrelas, Alexia Putellas e Aitana, mal apareciam no jogo. Além disso, Patri — um dos motorzinhos da equipe — era vigiada de perto por Schertenleib.
Era ataque, ainda que sem tanta eficiência, contra a defesa da La Nati, que contou até com a trave para conter a cabeçada de Paredes após escanteio.

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Espanha conta com banco para quebrar maldição
Pouca coisa mudou no segundo tempo. A Espanha seguia fiel ao seu estilo, tentando furar a defesa adversária. Mas a Suíça já não era exatamente a mesma. Mesmo recuada, conseguia neutralizar as principais jogadoras da La Roja, e soube sofrer. Desta vez, no entanto, também se arriscava mais ao ataque, algo que não havia feito na etapa anterior. Faltou apenas caprichar um pouco mais no passe final.
Pensando em dar mais gás ao ataque suíço, Pia colocou Alayah Pilgrim no lugar de Noemi Ivelj. A mudança logo surtiu efeito. A atacante acelerou pela esquerda e soltou uma bomba cruzada, obrigando Cata Coll a fazer sua primeira defesa no jogo.
Mas, se for para falar em substituição que realmente deu resultado, o mérito foi de Montserrat Tomé, que fez uma tripla mudança. Aitana usou toda a sua categoria e, de costas, com um toque curto de calcanhar dentro da área, deixou tudo pronto. Athenea del Castillo, em seu primeiro toque na bola, mandou para o fundo da rede. Aos 71 minutos, Lia Wälti parou a jogada esperando uma falta da árbitra, que não veio. A consequência? Um golaço da La Roja. Pina fez o certo ao seguir no lance e acertou um lindo chute de chapa, indefensável para Peng.
Obviamente, a energia mudou. A seleção suíça sentiu o impacto dos gols, mas era empurrada por sua fiel torcida, que seguia incentivando sem cessar. A euforia aumentou quando a Espanha perdeu mais um pênalti. Desta vez, a goleira Peng defendeu a cobrança de Alexia Putellas, que desperdiçou a chance de se tornar uma das artilheiras da competição, podendo chegar a quatro gols — os mesmos de sua companheira de equipe, Esther.
As atuais campeãs mundiais ainda ficaram com uma jogadora a mais. Maritz foi expulsa ao cometer falta em Paralluelo, por ser a última da marcação. Mas o placar seguiu inalterado: 2 a 0.

O que vem para Espanha?
Com o fim da maldição das quartas de final, a Espanha aguarda o próximo adversário. La Roja irá enfrentar o vencedor de França x Alemanha, que acontecerá neste sábado (18), às 16h (de Brasília).