Equipe de Maresca supera o favoritismo francês com domínio tático, brilho de Palmer e encerra tabu que durava desde 2014
É meio óbvio que o PSG é o melhor time do futebol atualmente. No entanto, ser o melhor não significa ser invencível ou imparável. E o Chelsea demonstrou exatamente isso na final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA.
O time dos Blues pode não encher os olhos à primeira vista, mesmo tendo nomes interessantes — ainda mais se compararmos com elencos de outras temporadas. Mas Enzo Maresca demonstrou grande estratégia ao enfrentar o adversário na decisão, explorando principalmente o lado esquerdo parisiense, e foi recompensado com um atropelo por 3 a 0.
Assim, o Chelsea se tornou o primeiro campeão do torneio, em pleno MetLife Stadium, em East Rutherford, Nova Jersey.
Chelsea frio e certeiro
De forma até surpreendente, o Chelsea começou melhor a partida, com boa marcação e pressionando a saída de bola, além de buscar o ataque e empurrar a equipe de Luis Enrique para o seu campo de defesa.
Na beira do campo, o treinador espanhol pedia para os seus comandados avançarem, para tentar respirar, mas estava complicado para o PSG.
Os Blues trocavam passes com facilidade e, por muito pouco, não chegaram ao gol. Em boa triangulação entre João Pedro, Pedro e Palmer, o inglês conseguiu bater colocado, com liberdade na área. A bola passou com muito, mas muito perigo à esquerda do gol. Os Parisienses tiveram uma rara oportunidade, com boa virada de Fabián Ruiz. Doué tentou encontrar Kvaratskhelia, mas Cucurella fez o corte. O jovem voltaria a ameaçar, se livrou da marcação e bateu firme. Porém, Sánchez caiu bem para intervir.
Parecia que o PSG estava se encontrando no jogo com o passar do tempo. Apenas parecia. Nuno Mendes acabou cochilando e perdeu para Malo Gusto. O lateral se livrou de Beraldo e rolou para trás, para Palmer chegar batendo de chapa, acertando o canto de Donnarumma.
O Chelsea chegou ao segundo gol com extrema facilidade. O time de Enzo Maresca encontrou um corredor livre para esticar a bola pelo lado direito. Palmer dominou, puxou para o meio e bateu no mesmo canto de antes, abrilhantando a atuação do clube de Londres. O camisa 10 seguiu como maestro e aos 43′, deu um passe açucarado para João Pedro, que completou com uma bela cavadinha sobre o goleiro de 1,96 m.
Expulsão e confirmação do primeiro campeão
O longo intervalo, por conta dos shows, fez bem ao PSG. A equipe conseguiu controlar mais a bola nos minutos iniciais, com os jogadores do meio-campo recebendo com mais frequência — algo que pouco aconteceu no primeiro tempo. Os Parisienses começaram a trocar passes de um lado para o outro até encontrarem uma grande oportunidade. Doué driblou dois marcadores e encontrou Dembélé na área. Ele finalizou, mas Sánchez fez bela defesa para evitar o gol.
Por sua vez, o Chelsea procurava se fechar e tentava diminuir o ritmo quando tinha a posse, arrancando os famosos “olé” da arquibancada. Como estava difícil invadir a área, o PSG tentou arriscar de longe com Vitinha. Se não fosse Sánchez salvar com uma das mãos, a bola poderia ter entrado. Apesar dos sustos, os Blues seguiam no controle do jogo, mesmo com as substituições. Tanto que quase ampliaram com Delap, após passe de Andrey Santos, mas ele parou em Donnarumma.
O jogo passou a ficar mais equilibrado, e isso foi beneficiando cada vez mais os londrinos, que estavam com uma mão na taça. Na reta final, Beraldo errou o tempo ao tentar um carrinho na entrada da área. Delap aproveitou e quase fez o quarto, mas acabou tirando demais do goleiro. Além disso, para complicar mais a vida dos Parisienses, João Neves foi expulso após puxar o cabelo de Cucurella.
Chelsea quebra jejum
O Chelsea quebrou um longo jejum contra o PSG ao vencer na final do Mundial. O clube londrino não superava os franceses em competições oficiais há mais de uma década. Nesse período, as equipes se enfrentaram quatro vezes, com dois empates e duas derrotas para os Blues.
A última vitória havia sido em 8 de abril de 2014, no jogo de volta das quartas de final da Champions League 2013/14.
Além de encerrar o tabu, o time de Enzo Maresca mantém uma fase impressionante: venceu 14 dos últimos 15 compromissos disputados.