junho 18, 2025

O que Goiás tem que os outros da Série B não tem?

Foto: Reprodução

Com direito a gol anulado, escanteio venenoso e cabeçadas certeiras, o Verdão venceu mais uma e mostrou por que lidera a Série B com autoridade

A torcida Força Jovem completava 28 anos e resolveu transformar a Serrinha num caldeirão. Resultado? O Goiás respondeu à altura. Venceu a Ferroviária por 2 a 0 e manteve a liderança da Série B com peito estufado e cara de quem sabe onde quer chegar.

Com mais de 7 mil vozes empurrando, o time se impôs como um veterano em final de campeonato. Mas não se engane: o jogo não foi passeio. A Locomotiva até ameaçou acelerar, mas faltou trilho. E sobrou personalidade do Verdão.

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O gol que não saiu de cara, mas saiu na hora certa

No começo do jogo, parecia que a Ferroviária ia tomar conta da partida. Marcando em cima, buscando o ataque e tentando sufocar. Mas futebol não é sobre quem chega mais, é sobre quem sabe o que faz quando chega.

E foi aí que o Goiás mostrou que maturidade tá no DNA do líder. Aos 37 minutos do primeiro tempo, uma jogada bem trabalhada: cruzamento do Willean Lepo, desvio de Juninho, defesa do Dênis Júnior… e quem aparece no rebote? Anselmo Ramon, o cara que não é de perder viagem. Testada firme, no canto, sem chance.

O gol anulado e o suspiro da Locomotiva

A Ferroviária voltou do intervalo com fôlego novo. Aos 6 minutos, Albano colocou a bola na rede e saiu pra comemorar. Mas o bandeira, com olhar cirúrgico, levantou o instrumento da frustração: impedimento de Carlão na jogada.

A alegria da Locomotiva durou menos que promessa de político em ano eleitoral. E ali, o Goiás soube se blindar. Não se desesperou, não caiu na pilha. Fez o que um time maduro faz: se recompôs, respirou fundo e esperou a hora de dar o bote.

Jajá e a cabeçada que botou ponto final

Aos 38 do segundo tempo, escanteio venenoso do Arthur Caíke. Bola viajando com GPS direto na cabeça de Jajá, que subiu como quem carrega um reator nuclear nos ombros e testou com raiva. Gol. Fim de papo.

O que explica esse Goiás?

Não é um elenco com holofotes em todos os nomes. Mas é um time com espinha dorsal, com cara, com comando. E isso, num campeonato como a Série B, é meio caminho andado.

O Goiás não precisa dar show pra vencer. Sabe sofrer. Sabe esperar. E sabe decidir. Essa é a diferença entre quem disputa vaga e quem disputa o título. A liderança com 20 pontos não é por acaso. Não tem sorte aí. Tem trabalho, tem leitura de jogo, tem repertório.

E a Ferroviária?

Não dá pra dizer que foi um time apático. Longe disso. A Ferroviária tentou. Teve postura, teve presença ofensiva e até chegou a marcar.

A equipe de Araraquara tem bons nomes, mas ainda parece faltar aquele instinto assassino, aquela faísca que transforma um bom time em um time vencedor. 

Com 11 pontos e na 12ª posição, a Ferroviária precisa achar logo seu eixo, porque a Série B não espera. E quem dorme no ponto, perde o trem.

O clássico à vista

Agora o Goiás tem um desafio que promete medir o tamanho dessa liderança. No dia 31, encara o Atlético Goianiense fora de casa. Um clássico local, com cara de decisão. Jogo grande, onde cada erro é punição.

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E a agenda da Ferroviária?

A Ferroviária volta a campo no dia 29, contra o Botafogo-SP. Jogo em casa, diante da torcida, com cara de obrigação. Se quiser sonhar com parte de cima da tabela, não pode mais deixar pontos escorrerem como areia entre os dedos.

By Arthur Fernandes

Arthur trabalhou no Boca Raton FC quando a equipe da Flórida disputava a APSL e a NPSL. No Brasil, atuou no Torcedores e no Esportes News Mundo. Também trabalhou nas versões brasileira, americana e mexicana da VAVEL e, recentemente, trabalhou nos sites americanos da Fansided.

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