Grupos organizados protestam no Parque São Jorge, exigem alterações no estatuto e afastamento de empresários da base; Osmar Stabile promete diálogo e reforço na segurança
A crise institucional do Corinthians ganhou mais um capítulo tenso nesta terça-feira (4), quando membros de seis torcidas organizadas invadiram a sede social do clube, no Parque São Jorge, para protestar contra a atual administração. O grupo exigiu mudanças estruturais na política do clube e foi recebido pelo presidente interino Corinthians , que atendeu à imprensa após o ocorrido.
As organizadas envolvidas — Gaviões da Fiel, Camisa 12, Pavilhão Nove, Estopim da Fiel, Coringão Chopp e Fiel Macabra — pediram alterações no estatuto e o afastamento de empresários da base. Durante a reunião, também estiveram presentes o vice-presidente Armando Mendonça e outros dirigentes da gestão atual.
Stabile afirmou que o encontro foi pacífico e que está disposto a dialogar.
“O que eu soube é que viriam para cá no momento em que chegaram aqui na porta do Corinthians. Com a maior tranquilidade, como eu disse, temos que atender todos os interessados”, declarou.
Essa foi a segunda vez em menos de uma semana que o clube presenciou uma ação dessa natureza. No sábado (1º), o presidente afastado Augusto Melo tentou reassumir o cargo ao invadir a sala da presidência com base em um ofício assinado por Maria Angela de Souza Ocampos, que se declarou presidente do Conselho Deliberativo. Stabile diferenciou os episódios: “Tivemos uma invasão no sábado, e hoje vieram para conversar. Colocaram as reivindicações do que eles querem, e estamos aqui para atender todos os stakeholders”.
Exigências da torcida
Entre as exigências das organizadas, destaca-se a promessa de que empresários não terão mais acesso ao CT da base. “O Stabile prometeu que nenhum empresário vai pisar mais na base”, revelou Alê, presidente da Gaviões. O dirigente interino confirmou que reforçará a segurança no local.
Outro ponto levantado pelos torcedores foi a necessidade de atualizar o estatuto do clube. Stabile explicou que essa decisão cabe exclusivamente ao Conselho Deliberativo. “O presidente do Corinthians não tem autonomia para mudar o estatuto. Isso é competência do CD. Já houve participação da torcida e agora cabe apresentar propostas e submeter à votação”, explicou.
As torcidas também protestaram contra a nomeação de diretores ligados a antigas gestões. Stabile, por sua vez, argumentou que o curto tempo de sua gestão exige nomes experientes.
“Não posso perder tempo com integração. Preciso de gente que conheça o clube, que seja ficha limpa e que possa ajudar de imediato”, justificou.
Durante a ação, os organizados penduraram uma faixa com os dizeres “Luto, fechado por má administração” no portão do Parque São Jorge. O protesto teve início por volta das 17h e durou cerca de uma hora e meia. Acionaram a Polícia Militar, mas não houve confrontos. Os torcedores trancaram o portão com cadeado, mas o acesso de pedestres seguiu funcionando normalmente.