O aviso para quem acha que o Sporting já tá na final

Treinador do Leão elogia o time, mas admite que o placar de 2×0 ficou barato

Rui Borges saiu do gramado satisfeito, sim. Afinal, 2×0 no primeiro jogo da semifinal da Taça de Portugal contra o Rio Ave não é pouca coisa. Mas quem escutou a coletiva no Auditório Artur Agostinho percebeu que o técnico do Sporting ficou com um gosto de “quase” na boca. Aquelas vitórias que alegram, mas não encantam.

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Um Sporting com sede de título, mas que ainda deixa pingos fora do “i”

Do início ao fim, Rui falou em compromisso, ambição e foco. E não foi só discurso, não. O Sporting entrou em campo com a faca entre os dentes. Não deixou o Rio Ave respirar. E, olha, não cair no jogo de transição rápida do adversário foi um baita mérito.

Trincão, o cansado decisivo

Um dos momentos mais humanos da coletiva veio quando o técnico falou sobre Trincão. Com um sorrisinho de canto, soltou: “Está cansado (risos).” Quem não estaria, né? O cara vem jogando muito, carregando o piano e ainda sendo cobrado pra finalizar melhor. Mesmo longe do seu auge, Trincão ainda é aquele tipo de jogador que muda jogo num piscar de olhos. Borges sabe disso e já deixou claro: o camisa 17 vai ser peça-chave nesse final de temporada.

O retorno do guerreiro

Outro ponto alto foi o retorno de St. Juste. Voltando de lesão, jogou 60 minutos de bom nível. Fez o simples, foi seguro e mostrou que pode voltar a ser titular com sobras.

“É este St. Juste que queremos sempre”, resumiu Borges. E quem viu o jogo sabe que o cara tá voltando no tempo certo.

Aposta ousada do Sporting que virou ouro

Se alguém ainda duvidava de Debast como volante, pode rever seus conceitos. Rui elogiou o belga de forma firme: cresceu, melhorou nas decisões e ganhou intensidade.

É raro ver um zagueiro virar um bom volante sem parecer deslocado. Mas Debast parece estar jogando ali desde sempre. Um ajuste fino que pode ser determinante.

O tanque com cérebro

Se existe um nome que o torcedor leonino tem tatuado na alma nesta temporada, é o dele: Viktor Gyökeres. O sueco é aquele tipo de centroavante que combina potência com inteligência. E quando chega na marca da cal, ele não perdoa.

O sistema de três zagueiros

Agora, se tem um ponto que mostra como o Sporting evoluiu taticamente com Borges, é a forma como o time encaixou no esquema com três zagueiros.

Na prática, ele quer dizer que o posicionamento inicial é só a largada. O time se adapta, se molda, e responde ao jogo. É o que diferencia o treinador comum do estrategista.

Dobradinha à vista? Com calma, Leão

Com o time liderando o campeonato e com um pé na final da Taça, muita gente já sonha com a dobradinha: Campeonato e Taça de Portugal. Mas Borges não quer saber de oba-oba. 

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Jogar bonito, mas os Sporting tem que saber matar o jogo

O futebol que o Sporting está jogando é bonito, leve e eficaz. Mas ainda falta aquele instinto assassino, de matar a partida quando o adversário tá tonto.

Essa semifinal foi um ótimo exemplo. Foi linda de ver. Mas perigosa. Porque o Rio Ave ainda respira. E no futebol, quem não liquida, pode ser liquidado.

Foto: Divulgação / Sporting