Seis meses depois de uma eliminação dolorosa, o NYCFC devolve o placar, dá aula de personalidade no clássico e reacende a chama rumo aos playoffs da MLS
Tem coisa mais doce do que ganhar do maior rival no mesmo palco onde você foi humilhado meses antes? Pois é. O New York City FC (NYCFC) provou no último sábado que o futebol, às vezes, também escreve roteiros de cinema. Daqueles que viram capítulo de novela mexicana, com vingança, superação e final feliz pra um dos lados, claro.
No Citi Field, em plena tarde nova-iorquina, o NYCFC derrotou o New York Red Bulls por 2 a 0, com autoridade, cabeça fria e coração quente. Os heróis do dia foram Alonso Martínez e Maxi Moralez, mas o que se viu em campo foi muito maior do que um simples resultado. Foi o resgate de uma identidade.
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A ferida ainda tava aberta
Seis meses atrás, no mesmo estádio, o City foi eliminado pelos Red Bulls nos playoffs da MLS. Um 2 a 0 seco, amargo e simbólico. Sabe aquela derrota que fica presa na garganta? Que volta no sono, que vira motivação de treino, que arde na alma como limão em ferida aberta? Pois é.
Voltar ali, com o peso do passado recente, exigia mais do que tática. Exigia fibra. O elenco precisava mostrar que amadureceu, que aprendeu com a dor e que estava disposto a reescrever essa história. E foi exatamente isso que aconteceu.
Martínez abriu a porteira
Logo aos 13 minutos, Alonso Martínez, que vinha de três jogos em branco, resolveu tirar a zica com um chute forte, certeiro, que não deu chance pro goleiro Carlos Coronel. O gol foi mais do que o primeiro do jogo. Foi o estopim.
A partir dali, o City cresceu, dominou o meio, engoliu o adversário e jogou com a autoridade de quem tinha uma dívida pra cobrar. E cobrou com juros.
Martínez ainda participou do segundo gol, interceptando uma saída errada de Coronel e dando a deixa pra Moralez fechar a conta aos 50 minutos de jogo. Festa feita. Débito pago.
A longevidade de Moralez
O argentino Maxi Moralez é aquele tipo de jogador que parece ter um relógio no pé. Aos 37 anos, segue pensando e executando no mesmo tempo. Ele não corre mais como antes, mas compensa com leitura de jogo, toque refinado e presença de espírito. Seu gol não foi só bonito. Foi oportuno. Frio. Experiente.
Pascal Jansen pensa grande
O técnico holandês Pascal Jansen sabe que um jogo não faz verão. Depois da partida, ele deixou claro que o foco continua sendo consistência. A palavra da vez. A bússola do time. “Ganhar clássico é especial, mas o desafio agora é manter esse nível jogo após jogo”, disse o treinador. Ele tá certo. Porque, se a equipe quer ser protagonista, não dá pra viver só de momentos inspirados. Precisa de constância. E isso, a gente sabe, é o que separa os bons dos grandes.
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A guerra pela MLS Cup segue aberta
Com a vitória, o NYCFC venceu três dos últimos cinco jogos e segue firme na briga pelos playoffs. Ainda não é o favorito. Ainda precisa evoluir. Esse time tem casca. Tem sangue nos olhos. Tem fôlego pra incomodar.
Na briga pelo título, regularidade importa. Mas, numa liga imprevisível como a MLS, um clássico bem vencido pode ser o gatilho que faltava pra mudar a mentalidade de um elenco inteiro. Pode virar um divisor de águas.