Derrota humilhante, time perdido e pressão no ar: o momento mais tenso desde a chegada do camisa 10
A lua de mel entre Messi e o Inter Miami parece ter acabado. Aquela fase em que tudo era festa, selfies e golaços virou poeira no vento. Neste domingo, o Orlando City passou o trator em cima dos Herons, aplicando um 3 a 0 seco, frio e merecido no clássico da Flórida. Em plena casa rosa de Miami, o que se viu foi um time sem alma, sem encaixe e sem resposta.
Messi até tentou. Falou depois do jogo, cobrou união, deu entrevista com cara de poucos amigos. Mas a verdade é uma só: o Inter Miami, hoje, é um elenco estrelado com cara de barulho vazio.
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Messi fala, mas quem ouve?
Depois da pancada, Messi foi sincero. Disse que “dói perder mais um jogo”. E como dói. O time venceu só uma vez nos últimos sete jogos. Caiu pra sexta posição na Conferência Leste. Parou de fazer gol até dentro de casa, coisa que não acontecia desde outubro do ano passado.
A fala dele foi forte: “Agora é que a gente vai ver se somos mesmo um time. Porque quando tá tudo indo bem, é fácil. Mas na hora ruim é que a gente tem que se unir”.
A disciplina, estratégia e atitude do Orlando City
Enquanto o Inter Miami parece uma banda de rock sem vocalista, o Orlando City mostrou que é sim uma orquestra bem afinada. Ganhou o clássico na bola, na tática e na vontade.
Oscar Pareja encheu os jogadores de moral na coletiva. Destacou a entrega, a concentração e até a evolução tática do Joran Gerbet, que teve a ingrata missão de marcar Messi. E pasme: conseguiu.
O Orlando soube jogar. Fez três gols, segurou o ímpeto do adversário, administrou com maturidade e não caiu na armadilha do oba-oba. Uma atuação que mostra que eles não querem só fazer figuração na MLS.
Luis Muriel fez chover no Chase Stadium
O colombiano Muriel, experiente e ainda com lenha pra queimar, foi o nome da noite. Fez um golaço no contra-ataque, aproveitando um buraco absurdo deixado pela zaga de Miami. Disse depois que foi tudo muito rápido, que o passe do goleiro Pedro Gallese foi genial. Foi mesmo.
E essa vitória coloca o Orlando em um momento invicto de 12 jogos. O time tá confiante, com moral e, acima de tudo, com cara de time.
Muito nome, pouca ideia
O Inter Miami é um projeto megalomaníaco. Tem Messi, Suárez, Busquets, Jordi Alba… nomes que construíram uma era no futebol mundial. Só que futebol, principalmente nos EUA, não se ganha com nome estampado em outdoor. Ganha-se com organização, entrega, intensidade.
O que se vê hoje é um time dependente de Messi. Um elenco que, quando pressionado, some. Que não marca bem, não cria como antes e se perdeu emocionalmente. O 3 a 0 pro Orlando é reflexo disso. Não é um tropeço isolado, é sintoma de um problema maior.
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A MLS não é parque de diversões
Muita gente achou que Messi iria nadar de braçada na Major League Soccer. E não tá errado em pensar isso. O nível técnico da MLS ainda tá longe das grandes ligas da Europa.
Mas a liga é intensa. Física. Longa. E tem times que sabem jogar esse jogo. O Philadelphia Union, próximo adversário do Inter Miami, é um desses. É o líder do Leste. Vai chegar mordendo. E se Miami não acordar, pode levar outra pancada.
O problema é que o time parece exausto. E o Mundial de Clubes tá batendo na porta. Tem que virar a chave logo. Porque do jeito que tá, corre o risco de chegar no torneio mais importante da temporada como figurante de luxo.