Verstappen entra de vez na briga pelo título da Fórmula 1 2025

Após início difícil e domínio da McLaren, o tetracampeão reagiu com vitórias e pode alcançar o pentacampeonato

Verstappen entra de vez na briga pelo título da Fórmula 1 2025
Foto: Divulgação/F1

No começo da temporada, era difícil imaginar que o tetracampeão mundial Max Verstappen estaria completamente fora da briga pelo título mundial de pilotos. Entretanto, o desempenho abaixo do esperado do carro da Red Bull e o desempenho muito acima da McLaren tornou este cenário real. Ao final da 1ª metade da temporada, antes das férias de verão, Verstappen estava 97 pontos atrás de Oscar Piastri, líder do campeonato.

Entretanto, o holandês contou com boas atualizações para seu carro, além de melhorar seu desempenho. Assim, Verstappen chega na parte final da temporada apenas 40 pontos atrás de Piastri. E com 141 pontos ainda em jogo, o sonho do pentacampeonato para Max Verstappen está mais vivo do que nunca.

Primeira metade da temporada

Na 1ª metade da temporada, a McLaren era hegemônica na frente. Portanto, quem dominava as corridas eram sempre Lando Norris ou Oscar Piastri, com os dois sempre se alternando entre vitórias.

Nas 10 primeiras corridas da temporada de 2025, apenas três não foram vencidas por Norris ou Piastri. Foram essas: GP do Japão (vencido por Verstappen), GP da Emilia-Romagna (vencido por Verstappen) e o GP do Canadá (vencido por George Russell, da Mercedes). E mesmo nestas três corridas, apenas no Canadá nenhum dos dois pilotos da McLaren subiu ao pódio (ambos se envolveram em uma batida nas voltas finais).

Ao mesmo tempo, a equipe de Verstappen, a Red Bull, passou por muitas instabilidades durante a temporada. Diversos funcionários considerados fundamentais para o projeto da escuderia austríaca deixando a equipe, a troca do 2º piloto logo na 3ª etapa do ano (saiu Liam Lawson e entrou Yuki Tsunoda) e o fato do carro não render tudo que poderia atrapalhou bastante o ano da equipe. Tudo isso culminou na demissão do chefe de equipe da Red Bull, Christian Horner, após 20 anos no comando da equipe.

Entretanto, a chegada do francês Laurent Mekies, vindo da Racing Bulls, deu uma nova cara não apenas para a Red Bull, mas para o campeonato mundial de Fórmula 1. A equipe austríaca trabalhou em novas atualizações, principalmente durante a pausa de verão. Mesmo assim, antes mesmo da pausa, Verstappen venceu a corrida sprint do GP da Bélgica, algo que ainda não havia acontecido em 2025.

Após o GP da Hungria, última corrida antes da pausa de verão, Oscar Piastri tinha 284 pontos, Lando Norris tinha 275 e Max Verstappen tinha 187. Uma diferença de 97 pontos. E mais do que a diferença matemática, o que a McLaren entregava na pista com relação as demais equipes, dava a entender que o campeonato de pilotos estava entre Piastri e Norris.

Segunda metade da temporada

Entretanto, veio a pausa de verão. E com ela, duas equipes evoluíram seus carros. Red Bull e Mercedes. Nas 1ª corrida após a pausa, o GP da Holanda, Piastri ainda conseguiu triunfar sobre Max Verstappen (Norris abandonou esta corrida). Neste momento, a distancia de Verstappen para Piastri era de incríveis 104 pontos.

A partir do GP da Itália, a maré mudou para o atual tetracampeão. Uma sucessão de erros da McLaren na forma de lidar com seus pilotos, aliado a habilidade de Verstappen e as atualizações que funcionaram no carro da Red Bull, fizeram o piloto holandês começar a descontar esta desvantagem. Além da 2ª posição na Holanda (que não descontou pontos sobre Piastri, já que o australiano venceu a corrida), Verstappen venceu o GP da Itália, GP do Azerbaijão, e o GP dos Estados Unidos (corrida sprint e corrida principal). Por fim, ficou na 2ª colocação no GP de Singapura (neste caso, descontou pontos sobre Piastri, já que ele terminou na 4ª posição).

Enquanto isso, nas mesmas corridas, Piastri ficou em 3º lugar na Itália, 4º em Singapura, 5º nos EUA, além de abandonar a corrida sprint do GP dos EUA e o GP do Azerbaijão. E Norris, no mesmo retrospecto, ficou em 2º na Itália e nos EUA, 3º em Singapura, 7º no Azerbaijão e abandonou a sprint dos EUA.

Apesar da confirmação do título mundial de construtores no GP de Singapura, o desempenho da McLaren é muito abaixo em relação a 1ª metade da temporada. E o de Max Verstappen, muito acima em relação ao mesmo período. Com estes resultados, o tetracampeão já tirou 64 pontos do líder Piastri.

O que vem por ai?

Para Max Verstappen, cada treino classificatório, cada corrida sprint e cada corrida principal é uma final. Uma chance de se aproximar cada vez mais do líder Oscar Piastri. Neste momento, o australiano tem 346 pontos, Lando Norris está com 332 e Verstappen com 306. Uma diferença de 40 pontos de Piastri para Verstappen.

Ainda tem 141 pontos em jogo, faltando 5 corridas e duas sprints. GP do México, GP de São Paulo (com sprint), GP de Las Vegas, GP do Catar (com sprint) e GP de Abu Dhabi. Entretanto, devido à fase atual de Verstappen, aliado ao baixo desempenho das McLarens, coloca o holandês como uma séria ameaça ao título mundial de pilotos da escuderia britânica, que não vem desde 2008, com Lewis Hamilton.

Por fim, a forma como o chefe de equipe da McLaren, Andrea Stella, aliado ao CEO da equipe, Zak Brown, lidam com a disputa interna, parece favorecer ainda mais Verstappen. O que é dito por ambos é de que Piastri e Norris estariam “liberados para brigar na pista sem interferência”, as chamadas Papaya Rules.

Porém, na prática, a escuderia sempre interfere nas disputas de pistas entre ambos, como no GP da Itália, em que Stella ordenou que Piastri desse sua posição na pista para Norris após um erro no pit stop do piloto britânico. Ou no GP de Singapura, em que Norris, de forma deliberada, tocou em Piastri logo na 1ª curva na 1ª volta para ultrapassá-lo. Na corrida, a McLaren optou por não intervir. Mas nos bastidores, a equipe repreendeu Norris, segundo informações da imprensa especializada.