Brasil enfrenta desafio inédito e luta contra rival invisível

A Seleção Brasileira realizou estudos e um planejamento para o jogo contra a Bolívia, visando driblar os efeitos da altitude no desempenho dos jogadores

Brasil
Foto: Divulgação/CONMEBOL

Na noite desta terça-feira (9), o Brasil enfrenta a Bolívia no último compromisso válido pelas Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2026. A partida será disputada às 20h30 (horário de Brasília), no Estádio Municipal de El Alto, na Bolívia.

Vivendo realidades diferentes, a seleção chega à última rodada já classificado para a Copa do Mundo de 2026, garantindo a segunda colocação com 27 pontos. Do outro lado, a Bolívia sonha em encerrar um jejum de 30 anos e alcançar sua quarta participação na história do torneio. Para manter esse objetivo vivo, a equipe precisa vencer e ainda torcer por uma combinação de resultados que a leve à repescagem.

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Brasil x adversário invisível

Mesmo apenas cumprindo tabela, a seleção terá um desafio complicado e não é contra a Bolívia. O verdadeiro obstáculo será o ar rarefeito, já que a partida acontece no segundo estádio mais alto do mundo.

O estádio El Alto está situado a 4.090 metros acima do nível do mar, sendo o segundo mais alto do mundo. Ele só fica atrás do estádio Daniel Alcídes Carrión, no Peru, localizado a 4.378 metros de altitude.

Mesmo realizando treinos na Granja Comary, em mais de 800 metros de altitude, jogar em El Alto representa um grande desafio para os jogadores. A explicação é simples, quanto maior a altitude, mais rarefeito é o ar, o que significa menos oxigênio disponível para o corpo.

Essa situação afeta diretamente o rendimento físico dos atletas. Outros sintomas comuns são: fadiga precoce, falta de ar, dor de cabeça e até o chamado “mal da montanha”. A recuperação entre jogadas intensas também se torna mais lenta, o que exige maior esforço durante os 90 minutos.

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A altitude também interfere no estilo de jogo. Isso porquê a resistência do ar é menor, assim sendo, a bola ganha mais velocidade, percorre maiores distâncias e altera trajetórias em passes longos, chutes e cobranças de falta.

Nesse quesito, a seleção da Bolívia tira vantagem com uma adaptação fisiológica e estratégica, já para os visitantes a experiência pode ser desgastante e decisiva no resultado da partida.

Tragédia em 2019

É preciso lembrar que há seis anos, aconteceu uma tragédia envolvendo o árbitro de futebol neste mesmo estádio, durante uma partida do Campeonato Boliviano entre o Always Ready x Oriente Petrolero.

O árbitro Víctor Hugo Hurtado, de 32 anos, passou mal no início do segundo tempo, desmaiou em campo e logo foi atendido pelas equipes médicas presentes na praça esportiva.

No entanto, o jovem juiz após tentativas de reanimação, precisou ser retirado de campo de ambulância, indo diretamente para o hospital, mas não resistiu e pouco depois foi declarado morto.

Embora as investigações e a Federação Boliviana de Futebol não tenham associado diretamente o infarto fulminante aos efeitos da altitude, o episódio é um tema recorrente no futebol sul-americano, quando acontecem jogos por lá.