Posse de bola sem propósito, ataque inoperante e erros recorrentes
A expectativa era grande. A torcida sonhava com um Botafogo dominante, fazendo jus ao título da última Libertadores. Mas o que se viu no Estádio Nacional de Santiago foi um time que teve a bola, mas não soube o que fazer com ela. Resultado: derrota por 1 a 0 para a Universidad de Chile e um balde de água fria logo na estreia. O alerta está ligado e a pergunta que fica é: o que está acontecendo com o Botafogo?
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Botafogo domina, mas não machuca
Ter mais posse de bola não significa dominar o jogo. O Botafogo teve 70% da posse no primeiro tempo, mas quantos lances realmente assustaram o goleiro Castellón? Pouquíssimos. O time rodava a bola de um lado para o outro, mas sem infiltração, sem jogadas agudas e, principalmente, sem finalizações de qualidade.
O torcedor olhava para a tela e via uma equipe previsível, sem criatividade. Uma posse de bola vazia, sem alma, sem perigo real. Como um time que quer defender o título pode jogar dessa forma? Se continuar assim, essa Libertadores pode ser curta para o Glorioso.
Ataque em jejum
o ataque titular do Botafogo não marca há 10 jogos. Sim, desde o dia 29 de janeiro, contra o Fluminense, os homens de frente não balançam as redes.
Dessa vez, a esperança estava em Igor Jesus, Santi Rodríguez e Matheus Martins, mas foi uma noite de mais erros do que acertos. O uruguaio até tentou, mas suas finalizações foram fracas. Igor Jesus teve um momento promissor, mas parou no goleiro. Matheus Martins foi apagado. No segundo tempo, Renato Paiva tentou mudar o cenário com Elias Manoel e Artur, mas a história seguiu a mesma: nada de gols.
Defesa não é o problema, mas posicionamento preocupa
Diferente do ataque, a defesa do Botafogo até que vinha bem. Mas no lance do gol chileno, houve um erro grave de posicionamento. A La U aproveitou um espaço gigante e puxou um contra-ataque letal. Resultado? Gol de Di Yorio, um ex-Athletico, que nem precisou se esforçar tanto para mandar para as redes.
O que preocupa não é a defesa em si, mas a forma como o time se expõe sem necessidade. O Botafogo precisa entender que toque de bola sem objetividade é um convite para ser castigado em contra-ataques. E foi exatamente o que aconteceu.
Expulsão boba de Igor Jesus
Se já não bastasse a derrota, Igor Jesus ainda conseguiu ser expulso nos acréscimos. Primeiro, arrumou confusão com Guerra e levou amarelo. Minutos depois, deixou o braço em Zaldivia e tomou o segundo cartão. Resultado? Suspenso para o próximo jogo da Libertadores, contra o Carabobo.
Era um jogo pegado? Sim. Mas a expulsão foi infantil. O Botafogo já estava com dificuldades, e agora perde uma peça ofensiva para um jogo que se tornou ainda mais decisivo.
Substituições erradas ou falta de opções?
Renato Paiva tentou mudar o jogo. Fez cinco substituições. Mas nenhuma delas teve impacto. Isso é culpa do treinador ou do elenco? Talvez um pouco dos dois.
O time parece limitado, sem um jogador que consiga chamar a responsabilidade e quebrar linhas. Jeffinho entrou no segundo tempo, mas também não mudou nada. Fica claro que, se o Botafogo quiser ir longe na competição, precisa de reforços. E já.
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Hora do Botafogo acordar!
A boa notícia é que ainda há tempo. A temporada está no início. Mas a paciência do torcedor não é infinita. O time tem que reagir agora, porque a pressão só vai aumentar.
Antes do próximo jogo da Libertadores, o Botafogo enfrenta o Juventude pelo Brasileirão, no sábado. Mais um teste para ver se o time consegue finalmente sair desse buraco ofensivo.
Se quiser manter vivo o sonho do bi da Libertadores, o Botafogo precisa ser mais agressivo, mais criativo e, acima de tudo, voltar a fazer gols. Sem isso, não adianta ter 70% de posse de bola.
Foto: Vitor Silva / Botafogo