Enquanto clubes torram fortunas em estrelas midiáticas, os italianos fizeram um timaço com inteligência, olho clínico e uma pitada de Antonio Conte
Hoje em dia, você paga 180 milhões de euros num jogador e, no fim da temporada, se dá conta de que ele não entregou nem metade do que prometeram os vídeos de highlights no YouTube. O futebol virou um mercado onde o talento conta, sim, mas o marketing vem no pacote.
Aí vem o Napoli sem os holofotes de um PSG ou Real Madrid, e monta um time campeão gastando menos do que “um Mbappé”. Não é piada. Eles realmente contrataram seis reforços que, juntos, custaram menos do que o que os franceses pagaram por Kylian em 2018. E sabe o que aconteceu? Foram campeões italianos.
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A reconstrução do Napoli
Depois de ganhar o Scudetto em 2022/23, o Napoli teve que ver boa parte do elenco se desfazer. Osimhen foi pro Galatasaray num empréstimo com gosto de punição, Kvaratskhelia caiu nos braços do PSG, e outros nomes importantes como Kim Min-jae, Zielinski, Elmas e até o Lozano arrumaram as malas.
O que parecia ser um sinal de crise virou oportunidade. A diretoria, com aval de Antonio Conte, decidiu apostar em reforços que vinham meio escanteados ou subestimados em seus clubes.
Os reforços
Foram 149,5 milhões de euros investidos. Muito dinheiro? Sim. Mas, se comparado com as cifras surreais que andam rolando no futebol, é quase um bom negócio de Black Friday. E olha quem veio:
- Buongiorno, zagueiro do Torino – €35 milhões
- McTominay, volante do Manchester United – €30,5 milhões
- Lukaku, centroavante do Chelsea – €30 milhões
- David Neres, ponta do Benfica – €28 milhões
- Billy Gilmour, meio-campista do Brighton – €14 milhões
- Rafa Marín, zagueiro do Real Madrid – €12 milhões
Para completar o elenco, ainda chegaram por empréstimo Billing e Okafor. Mas foram os seis acima que, de verdade, mudaram o rumo da temporada.
McTominay virou maestro
No Manchester United, McTominay era visto como um símbolo da mediocridade. Um operário num time cheio de vaidades e pouca entrega. Mas no Napoli, com liberdade e função definida, virou um dos grandes nomes do campeonato. Ademais, ele marcou 12 gols, deu 4 assistências e foi o motor da equipe em vários momentos críticos.
Essa é a prova de que o contexto transforma o jogador. Além disso, também mostra o quanto tem técnico que não sabe o que fazer com os jogadores que tem nas mãos.
Lukaku renasceu com Conte
Lukaku já foi chamado de tudo: grosso, lento, desengonçado… mas quando está nas mãos de Antonio Conte, o cara vira tanque de guerra com mira de sniper. Com 14 gols e 10 assistências, o belga foi peça chave na campanha e, claro, deixou o dele na vitória decisiva contra o Cagliari.
O curioso é que o Napoli bateu a Inter, ex-clube de Lukaku, justamente na última rodada. O roteiro foi cinematográfico. E com o belga no centro da cena, o homem que já tinha sido herói com a Inter agora levantava o troféu com a camisa azul celeste.
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A inteligência do Napoli acima do estrelismo
Enquanto tem clube virando refém de jogadores mimados e empresários famintos, o Napoli apostou em equilíbrio. Não pagou salários obscenos, não ficou refém de uma estrela e ainda assim construiu um elenco competitivo, coeso e letal.
É o tipo de gestão que respeita o torcedor, o orçamento e o futebol. Em tempos de ostentação descontrolada e negociações esquisitas, ver um time vencer com inteligência tática e responsabilidade financeira chega a ser refrescante.